Oportunismo eleitoreiro no monumento a Nossa Senhora Aparecida
Equívocos e mais equívocos, o anúncio da construção de um monumento de Nossa Senhora Aparecida, de 25 metros de comprimento, no Morro da Viração (Parque da Cidade), em Charitas.
Num release de um órgão estadual repassado aos veículos de Comunicação, tudo parecia definido, analisado e aprovado. Contudo, muito pelo contrário, o projeto do deputado estadual Pedro Augusto foi divulgado sem que a Prefeitura de Niterói soubesse do assunto; sem que o Prefeito de Niterói tivesse tomado conhecimento. O projeto também não passou por nenhuma Secretaria municipal (Obras, Urbanismo e Meio Ambiente). A Empresa Niteroiense de Lazer e Turismo (Neltur) e os segmentos culturais e religiosos da cidade também não foram consultados.
O Parque da Cidade é uma das mais importantes áreas verdes do município, uma reserva ambiental, ponto da prática de vôo livre e o patrimônio que mais recebe niteroienses e turistas, depois do Museu de Arte Contemporânea (MAC).
Numa análise superficial, qual seria o impacto (ambiental e social) que causaria uma construção dessa natureza no Parque da Cidade?
Em matéria à Imprensa, o Deputado afirma que o monumento ficará no mesmo patamar do Cristo Redentor, um diante do outro, separado pela Baía da Guanabara, numa sutil concorrência. Porém, não é o que os moradores de Niterói e do Rio querem: o confronto entre cidades e nem provocar uma guerra de santos. Niterói está muito bem abençoada pelo Cristo Redentor.
Niterói investe em projetos para tornar-se um pólo turístico para o País e o Mundo, como já o fez criando o MAC, restaurando o Solar do Jambeiro, o Teatro Municipal e a Igrejinha histórica de São Lourenço dos Índios e como está fazendo na conclusão do Caminho Niemeyer e no anúncio do Museu de Arte Popular, entre outros investimentos.
O Município segue os mesmos princípios do País, o de um Estado Laico, um Estado que não tem sentimento religioso, que não estabelece preferências religiosas. Portanto, a proposta do deputado é inconstitucional e, equivocadamente, foi aprovada na Alerj e absorvida pela EMOP (Empresa de Obras do Estado).
Por fim, o autor da proposta não considerou a tradição de Niterói, com raízes fortes e tradicionais festas de todos os gêneros religiosos, inclusive a de seu padroeiro, São João.
Parece ser uma proposta eleitoreira do deputado Pedro Augusto.
quinta-feira, 11 de março de 2010
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A CIDADELA
ResponderExcluirJá peguei fogo
Quando a vida por aqui
Parecia um Gran Circo.
Não deixei pedra sobre pedra
Quando me impediram
De atravessar a baía
Da minha Guanabara
Nas cantareiras
Que navegavam
Igual a vida por cá
Doce-de-vagar...
Tempos depois estenderam uma ponte
Virei siamês de um Rio assoreado
Que inundou o meu ‘roçado’
Onde as galinhas ciscavam a terra fértil
E as fragatas bailavam
Festejando o azul do mar.
A água escondida jorrou devastadora
Fez sonoplastia
Para o drama de terror
Que ainda não terminou.
Cresci com o lixo de todo dia
Num Viçoso Jardim
Quase um Céu
Onde o Bumba meu boi
Pastoreava o verde resistente
Que ainda hoje abraça o meu ambiente
Onde guardei a semente
Para encarar a dor de frente!
Uma semente
Que afronta a morte
(às vezes nem chora)
E que um dia desses
Mandará a burguesia decadente
Cantar em outra freguesia.
Nesse dia não terei mais sobrenomes
(Silveiras, Cruz Nunes, Peixotos)
Serei apenas como gosto de ser chamada
Pelos nativos gentis: Niterói, Niterói....
luiz pucu