quinta-feira, 11 de março de 2010

Monumento no Parque da CIDADE

Oportunismo eleitoreiro no monumento a Nossa Senhora Aparecida

Equívocos e mais equívocos, o anúncio da construção de um monumento de Nossa Senhora Aparecida, de 25 metros de comprimento, no Morro da Viração (Parque da Cidade), em Charitas.

Num release de um órgão estadual repassado aos veículos de Comunicação, tudo parecia definido, analisado e aprovado. Contudo, muito pelo contrário, o projeto do deputado estadual Pedro Augusto foi divulgado sem que a Prefeitura de Niterói soubesse do assunto; sem que o Prefeito de Niterói tivesse tomado conhecimento. O projeto também não passou por nenhuma Secretaria municipal (Obras, Urbanismo e Meio Ambiente). A Empresa Niteroiense de Lazer e Turismo (Neltur) e os segmentos culturais e religiosos da cidade também não foram consultados.

O Parque da Cidade é uma das mais importantes áreas verdes do município, uma reserva ambiental, ponto da prática de vôo livre e o patrimônio que mais recebe niteroienses e turistas, depois do Museu de Arte Contemporânea (MAC).

Numa análise superficial, qual seria o impacto (ambiental e social) que causaria uma construção dessa natureza no Parque da Cidade?

Em matéria à Imprensa, o Deputado afirma que o monumento ficará no mesmo patamar do Cristo Redentor, um diante do outro, separado pela Baía da Guanabara, numa sutil concorrência. Porém, não é o que os moradores de Niterói e do Rio querem: o confronto entre cidades e nem provocar uma guerra de santos. Niterói está muito bem abençoada pelo Cristo Redentor.

Niterói investe em projetos para tornar-se um pólo turístico para o País e o Mundo, como já o fez criando o MAC, restaurando o Solar do Jambeiro, o Teatro Municipal e a Igrejinha histórica de São Lourenço dos Índios e como está fazendo na conclusão do Caminho Niemeyer e no anúncio do Museu de Arte Popular, entre outros investimentos.

O Município segue os mesmos princípios do País, o de um Estado Laico, um Estado que não tem sentimento religioso, que não estabelece preferências religiosas. Portanto, a proposta do deputado é inconstitucional e, equivocadamente, foi aprovada na Alerj e absorvida pela EMOP (Empresa de Obras do Estado).

Por fim, o autor da proposta não considerou a tradição de Niterói, com raízes fortes e tradicionais festas de todos os gêneros religiosos, inclusive a de seu padroeiro, São João.

Parece ser uma proposta eleitoreira do deputado Pedro Augusto.

Um comentário:

  1. A CIDADELA

    Já peguei fogo
    Quando a vida por aqui
    Parecia um Gran Circo.
    Não deixei pedra sobre pedra
    Quando me impediram
    De atravessar a baía
    Da minha Guanabara
    Nas cantareiras
    Que navegavam
    Igual a vida por cá
    Doce-de-vagar...

    Tempos depois estenderam uma ponte
    Virei siamês de um Rio assoreado
    Que inundou o meu ‘roçado’
    Onde as galinhas ciscavam a terra fértil
    E as fragatas bailavam
    Festejando o azul do mar.
    A água escondida jorrou devastadora
    Fez sonoplastia
    Para o drama de terror
    Que ainda não terminou.

    Cresci com o lixo de todo dia
    Num Viçoso Jardim
    Quase um Céu
    Onde o Bumba meu boi
    Pastoreava o verde resistente
    Que ainda hoje abraça o meu ambiente
    Onde guardei a semente
    Para encarar a dor de frente!
    Uma semente
    Que afronta a morte
    (às vezes nem chora)
    E que um dia desses
    Mandará a burguesia decadente
    Cantar em outra freguesia.
    Nesse dia não terei mais sobrenomes
    (Silveiras, Cruz Nunes, Peixotos)
    Serei apenas como gosto de ser chamada
    Pelos nativos gentis: Niterói, Niterói....
    luiz pucu

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