sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

Desvie o olhar esta semana para Belém do Pará, no Norte do País. Lá está acontecendo o Fórum Social Mundial. Muitos bons temas estão sendo debatidos. Publico esta matéria sobre Comunicação Compartilhada, com exigentes profissionais na Mesa de debates.

Fórum Mundial da Mídia Livre discute comunicação compartilhada

Midialivristas de todo planeta se reuniram em Belém, nos dias 26 e 27/1, para somar esforços e discutir a criação de novas formas de comunicação. No primeiro dia, foram organizadas duas mesas de debates, com os temas "Como ampliar o midialivrismo" e "Mídia e crise". No encerramento do encontro internacional da Mídia Livre, seus participantes uniram-se às milhares de pessoas que deram início ao Fórum Social Mundial, em sua nona edição, integrando-se à marcha que abriu oficialmente o evento.

Comunicação compartilhada foi um dos principais temas discutidos na mesa "Como ampliar o midialivrismo. Dentre os participantes da mesa estavam Gustavo Gindre (Intervozes), Sóter (Abraço), Ivana Bentes (UFRJ), Renato Rovai (Revista Fórum), Sérgio Amadeu (Cásper Líbero), Maria Pia (AMARC), Oona Castro (Overmundo). Gustavo Gindre (Intervozes) disse que a principal tarefa para que a mídia livre aconteça é "ampliar as vozes".

Sóter (Abraço) discorreu sobre a importância da democratização da comunicação e das rádios comunitárias. "A rádio comunitária é uma forma de estimular a auto-estima na comunidade, a partir da própria identidade cultural e de elevar a consciência crítica dos moradores da comunidade". Também defendeu que é necessário fazer um contraponto com a mídia e a radiodifusão comercial.

Ivana Bentes (UFRJ) explanou a atual situação da mídia hegemônica e a grande problemática das mesmas, gerada pela ligeireza das redações. Ela afirma que temos que pensar a mídia e lembrar a história de luta do jornalismo: "pensar em tecnologia e linguagem, sair do discurso onde, quem, quando... ainda não existe o entendimento do que é a convergência das mídias, das possibilidades de articulação da mídia livre brasileira com as globais. Precisamos de novas pautas. Não dá para continuar do jeito que está".

Renato Rovai (Revista Fórum) iniciou falando da grande mídia, do dinheiro que a sustenta e, em seguida, explicou o que é e quando começou a mídia livre, pontuiando as diferenças entre as duas. "Eles nos acusam de receber dinheiro do Estado. Vivem dizendo que os nossos veículos não existiriam se não fosse a publicidade oficial. Só que nenhum veículo comercial conseguiria viver um ano sequer sem contar com os recursos publicitários e subsídios desse mesmo Estado".

Sérgio Amadeu (Cásper Líbero) elucidou as possibilidades de comunicação oferecidas pelas novas tecnologias, em especial pela internet. Dentre elas está a diminuição dos custos e a agilidade para a difusão da informação. Completou exemplificando que escrever para um blog é muito mais barato que produzir um jornal impresso, sendo assim, com a internet todos passaram a ser produtores e receptores de informação. Sérgio afirmou, também, que sites como o Google, o Youtube e o Yahoo, os 3 mais acessados do mundo, concentram informações que norteiam a economia da informação. Essa economia da informação se dá pela audiência. Disse que a mídia livre é um espaço não somente para falar, mas também por ser ouvido.

Maria Pia (Overmundo) e Oana Castro (AMARC) finalizaram, defendendo a democracia da informação. A mídia livre não deve se tornar semelhante a mídia hegemônica, pois nela estão as novas possibilidades, proporcionadas pelos diversos olhares, para uma comunicação compartilhada.

Participaram da mesa os debatedores: Sérgio Amadeu (Cásper Líbero), Renato Rovai (Revista Fórum), Ivana Bentes (UFRJ), Sóter (Abraço), Antonio Martins (Le Monde Diplomatique), Michael Hardt - EUA (a confirmar), Oona Castro (Overmundo), Maria Pia (AMARC), Gustavo Gindre (Intervozes).

Fonte: Agência Petroleira de Notícias, com informações do blog da Mídia Livre http://www.apn.org.br/

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