sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

BIA BEDRAN, MAGIA E ENCANTO


O úlltimo show de Bia Bedran no Velho Armazém, onde cantou marchinhas de Lamartine Babo, foi um êxtase de encantamento. Ela traz na sua voz e no corpo, a delicadeza e a magia, que conquistaram as crianças e adultos com suas peças e shows infantis. Bia se supera e explode num ritmo de alegria contagiando a todos como cantora.

Precisa nos gestos, no ritmo, no tempo da voz , nos toques sobre o compositor, na alma e na emoção. Bia Bedran nos emociona a cada música, a cada ritmo dos acompanhantes e nas variações conjugadas com o pianista Marvio Ciribelli.

Bia nos emociona duplamente, triplamente, pois nos remete aos extremos de seus trabalhos e de sua própria história. São extremos que se tocam, que nos alimentam todos os sentidos com a boa música, que nos fazem relembrar de suas originais canções, do brincar de cantar ou simplesmente do brincar de brincar no palco com as crianças.

E os devaneios da alma vão mais longe, na origem, no começo de sua carreira, lá no teatro Quintal, feito por sua família, em São Francisco, talvez o único teatro arquitetado exclusivamente para crianças no País. O Quintal fez história e continou no talento e no profissionalismo de Bia.

O talento de Bia Bedran e sua originalidade nas criações para crianças superam e sempre superaram qualquer superprodrução de Xuxa (nada contra Xuxa) e demais dos genêros. E agora, ela nos revela essa sua nova postura esse seu novo momento profissional.

Bia Bedran é única na sua magia de encantar.

Fica a sugestão: porque não apresentar Bia, uma vez por mês, pelo menos? Não ficaríamos tão saudosos.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

SOSSEGO E CUBANGO FAZEM BONITO

O presidente da Câmara, Paulo Bagueira, o vice-prefeito de Niterói, José Vicente, e o presidente da Neltur, José Haddad, no desfile da Verde e Branco

Cubango fez desfile impecável na Sapucaí


Título do outro lado da Ponte

A população de Niterói pode comemorar também mais duas vitórias de escolas tradicionais da cidade: a G.R.E.S. Acadêmicos do Sossego, foi campeã do Grupo Rio de Janeiro 2, antigo Grupo C. A escola obteve 160 pontos e subiu para o Grupo Rio de Janeiro 1, com nota máxima em todos os quesitos. Já a G.R.E.S Acadêmicos do Cubango carimbou passaporte para o Grupo de Acesso A, no Rio, ao conquistar o primeiro lugar no Grupo Rio de Janeiro 1, ao lado da Unidos de Padre Miguel. As duas escolas de samba obtiveram 240 pontos.

O presidente da Neltur, José Haddad, vibrou ao saber da vitória da Sossego, da Cubango e pelo resultado "altamente positivo do carnaval de Niterói". Foi o melhor dos últimos anos, disse Haddad, ressaltando alguns indicativos. Para ele, foi significativo o aumento do número de blocos, a espontaneidade da população brincando nas ruas e a qualidade dos blocos e escolas que desfilaram na Rua da Conceição.

Em relação a vitória da Acadêmicos do Sossego e da Acadêmicos do Cubango, Haddad ressaltou o profissionalismo da direção de ambas as agremiações, que vêm trabalhando com dedicação e muita garra. A Prefeitura de Niterói, através da Neltur, deu apoio as três agremiações que desfilaram no Rio. Mesmo com pouco tempo para organização do carnaval, o prefeito Jorge Roberto Silveira fez questão de aumentar os recursos para o carnaval, multiplicado por quatro em relação ao ano passado, resultando num dos melhores carnavais dos últimos tempos e culminando com a vitória das duas escolas, Cubango e Sossego.

De acordo com Haddad, o carnaval veio para ficar, destacando o trabalho desenvolvido pela União das Escolas de Samba de Niterói. A folia, acrescenta, já é um grande atrativo turístico da cidade, lembrando a excelente taxa de ocupação dos hotéis e as centenas de turistas estrangeiros que vieram brincar o carnaval em Niterói.

AGREMIAÇÃO DE ICARAÍ É TRI CAMPEÃ

Na foto: O presidente da Mocidade Independente de Icaraí, Geraldo Santana, comemorando o resultado com o rei Momo, Jair Ribeiro.


Com nota 10 em todos os quesitos, somando 100 pontos no total, a G.R.E.S. Mocidade Independente de Icaraí sagrou-se tri-campeã do desfile oficial das escolas de samba, realizado na Rua da Conceição, em Niterói, organizado pela União das Escolas de Samba e blocos Carnavalescos de Niterói e pela Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur).A G.R.E.S Folia do Viradouro, com 94,5 pontos, foi a vice-campeã e a G.R.E.S Bafo do Tigre ficou com o terceiro lugar, com 94 pontos.

A disputa entre os blocos do Grupo 1 foi apertada e terminou com dois campeões: “Grupo dos XV” e “Garra de Ouro”, ambos com 79 pontos. O terceiro lugar ficou com o bloco “Banda Batistão”, que somou 78,5 pontos.

Já no Grupo 2, o campeão foi o bloco”União da Engenhoca” e o segundo lugar ficou com 3 agremiações: “Ta mole, mas é meu”, “Cacique da São José” e “Grilo da Fonte”.

A apuração realizada na tarde desta quinta-feira (26/02), no ginásio do Canto do Rio, totalmente lotado, foi presidida por Ito Machado, presidente da União das Escolas de Samba.

A festa de premiação e entrega de troféus será realizada na próxima terça-feira, dia 03 de março, no Salão Nobre do Clube Canto do Rio. O prêmio para a escola de samba campeã será de 8 mil reais, a vice-campeã levará 6 mil reais e a terceira colocada, 4 mil. Entre os blocos do Grupo 1, o primeiro colocado será premiado com 4 mil reais, o segundo com 3 mil e o terceiro lugar com 2 mil reais. Já no Grupo 2, os blocos receberão: 2 mil reais o primeiro colocado, mil e quinhentos reais o vice-campeão e mil reais o terceiro colocado.

O resultado final na Categoria Escola de Samba foi:
1º - G.R.E.S. Mocidade Independente de Icaraí (Campeã)
2º - G.R.E.S. Folia do Viradouro
3º - G.R.E.S. Bafo do Tigre
4º - G.R.E.S. Bem Amado
5º - G.R.E.S. Sábia
6º - G.R.E.S. Unidos de Piratininga
7º - G.R.E.S. Balanço do Fonseca (desce para o Grupo 1)

Blocos do Grupo 1 - classificação:
1º - Grupo dos XV e Garra de Ouro
3º - Banda Batistão
4º - Galo de Ouro
5º - Ferimento Leve
6º - Unidos do Castro
7º - Verde e Branco (desce para o Grupo 2)

Blocos do Grupo 2:
1º - União da Engenhoca
2º - Ta mole, mas é meu / Grilo da Fonte / Cacique da São José
5º - Pingo D`Água (desce para o grupo de embalo)
4º - Boêmios de Jurujuba (desce para o grupo de embalo)
5º - Barril Verde e Rosa (eliminado)

CICLO DE LEITURA EM PAUTA

Fórum de Teatro convoca artistas
O Fórum de Teatro de Niterói convoca os artistas para um novo encontro com a classe teatral no próximo dia 11 março, quarta-feira, a partir das 19h, na sede da Associação Fluminense de Jornalistas (Centro de Niterói).
Na pauta, o fechamento do Ciclo de Leitura e as propostas apresentadas ao secretário de Cultura, Cláudio Valério, entre outras, a criação de uma Coordenação de Teatro no âmbito da Secretaria e a formação de uma Comissão para avaliar a pauta do Teatro Municipal, em relação aos espetáculos de teatro, principalmente dos grupos da cidade.
Outros assuntos a serem tratados: a possibilidade de uma Mostra de teatro Infantil em outubro; levantamento de espetáculos infantis e adultos para possíveis agendamento no Teatro Municipal, de acordo com critérios estabelecidos; mostra sobre Maria Clara Machado ou Teatro Quintal e aniversário de 30 anos do Grupo Papel Crepon. Um ciclo de leitura de peças teatrais será o primeiro evento a ser realizado na parceria formalizada entre a Secretaria Municipal de Cultura e o Fórum de Teatro de Niterói.
A proposta foi fechada no encontro entre o novo secretário de Cultura, Cláudio Valério, acompanhado do superintendente da FAN, Francisco Aguiar e a Comissão do Fórum, representada por Elyzio Falcato, Mário Sousa, Antônio Carlos De Caz, Lúcia Serrone e Eduardo Roesller, na sede da Secretaria.
No encontro, o secretário recebeu um documento com 21 propostas, que foram aprovadas em várias reuniões da classe teatral no Fórum de Artes Cênicas. Todas as propostas foram bem aceitas pelo secretário, que se comprometeu também em ampliar o Núcleo Niterói de Arte para a área teatral.
Os profissionais de teatro consideraram extremamente positiva a reunião e elogiaram a postura do novo secretário de Cultura, que reconhece a lacuna na estrutura da Secretaria de um setor voltado para o teatro.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

FUGINDO DA FOLIA


Parque da Cidade aberto para turistas no carnaval

O Parque da Cidade, terceiro local mais procurado por turistas em Niterói (RJ) - o primeiro e o segundo são o MAC e a Fortaleza de Santa Cruz, respectivamente - estará aberto a visitação durante o período de carnaval, de segunda à sexta, das 9h às 18h.

Localizado no alto do morro da Viração, em São Francisco, numa altitude de 270 m, o Parque da Cidade é um dos principais atrativos turísticos de Niterói. Do seu mirante, o visitante tem uma visão panorâmica das Lagoas de Piratininga e Itaipu; das Praias de Piratininga, Itaipu e Camboinhas, dos bairros de São Francisco, Jurujuba, Charitas e Icaraí entre outros, da Baía de Guanabara, em toda a sua extensão.

É uma das principais áreas de preservação ambiental do município e ponto dos adeptos de vôo livre e parapente. O funcionamento até às 18h é para garantir a segurança dos visitantes. No local, funciona a sede da Guarda Florestal e um Centro de Informações Turísticas da Neltur.

O presidente da Neltur, José Haddad, afirma, que além das melhorias que foram feitas no Parque, a empresa está fazendo um estudo para o mapeamento das trilhas que existem no local para que seja feito todo um trabalho logístico que permita aos visitantes terem acesso, sem problemas a essas áreas. Este trabalho será feito em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente.

A Neltur comunica, ainda, que o Centro de Informações Turísticas, que fica ao lado do Museu de Arte Contemporânea (MAC) e que estava fechado para reformas, já estará em pleno funcionamento durante os dias de folia. Após o período carnavalesco, todos os outros CITs serão reformados.

"Todos os Centros de Informações turísticas vão passar por reformas, para melhor atender ao visitante de nossa cidade", diz o presidente da Neltur, José Haddad. O CIT do MAC havia sido desativado para reformas estruturais, no dia 9 de janeiro de 2009, pois oferecia risco de acidente por falta de manutenção e conservação.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

ENTREVISTA: JARBAS VASCONCELOS

Estou repassando. É uma entrevista de um político sério e comprometido com as causas sociais do Brasil. Pode-se discordar de algumas de suas opiniões, mas é uma entrevista obrigatória para quem quer saber um pouco mais sobre a política em nosso País.


Saiu na revista VEJA em 18 de Fevereiro 2009

Leitura importante para tomarmos consciência sobre todos os partidos políticos, sobre a Câmara, sobre o Senado e sobre o programa deste (des)governo e muito mais...

O PMDB é corrupto
Senador peemedebista diz que a maioria dos integrantes do seu partido só pensa em corrupção e que a eleição de José Sarney à presidência do Congresso é um retrocesso.


Otávio Cabral Cristiano Mariz

"A maioria se incorpora a essas coisas pelas quais os governos vêm sendo denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral"
A idéia de que parlamentares usem seu mandato preferencialmente para obter vantagens pessoais já causou mais revolta. Nos dias que correm, essa noção parece ter sido de tal forma diluída em escândalos a ponto de não mais tocar a corda da indignação. Mesmo em um ambiente político assim anestesiado, as afirmações feitas pelo senador Jarbas Vasconcelos, de 66 anos, 43 dos quais dedicados à política e ao PMDB, nesta entrevista a VEJA soam como um libelo de alta octanagem. Jarbas se revela decepcionado com a política e, principalmente, com os políticos. Ele diz que o Senado virou um teatro de mediocridades e que seus colegas de partido, com raríssimas exceções, só pensam em ocupar cargos no governo para fazer negócios e ganhar comissões. Acusa o ex-governador de Pernambuco: "Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção".
O que representa para a política brasileira a eleição de José Sarney para a presidência do Senado?

É um completo retrocesso. A eleição de Sarney foi um processo tortuoso e constrangedor. Havia um candidato, Tião Viana, que, embora petista, estava comprometido em recuperar a imagem do Senado. De repente, Sarney apareceu como candidato, sem nenhum compromisso ético, sem nenhuma preocupação com o Senado, e se elegeu. A moralização e a renovação são incompatíveis com a figura do senador.
Mas ele foi eleito pela maioria dos senadores. Claro, e isso reflete o que pensa a maioria dos colegas de Parlamento. Para mim, não tem nenhum valor se Sarney vai melhorar a gráfica, se vai melhorar os gabinetes, se vai dar aumento aos funcionários. O que importa é que ele não vai mudar a estrutura política, nem contribuir para reconstruir uma imagem positiva da Casa. Sarney vai transformar o Senado em um grande Maranhão.

Como o senhor avalia sua atuação no Senado?

Às vezes eu me pergunto o que vim fazer aqui. Cheguei em 2007 pensando em dar uma contribuição modesta, mas positiva – e imediatamente me frustrei. Logo no início do mandato, já estourou o escândalo do Renan (Calheiros, ex-presidente do Congresso que usou um lobista para pagar pensão a uma filha). Eu me coloquei na linha de frente pelo seu afastamento porque não concordava com a maneira como ele utilizava o cargo de presidente para se defender das acusações. Desde então, não posso fazer nada, porque sou um dissidente no meu partido. O nível dos debates aqui é inversamente proporcional à preocupação com benesses. É frustrante.
O senador Renan Calheiros acaba de assumir a liderança do PMDB... Ele não tem nenhuma condição moral ou política para ser senador, quanto mais para liderar qualquer partido. Renan é o maior beneficiário desse quadro político de mediocridade em que os escândalos não incomodam mais e acabam se incorporando à paisagem.

O senhor é um dos fundadores do PMDB. Em que o atual partido se parece com aquele criado na oposição ao regime militar?

Em nada. Eu entrei no MDB para combater a ditadura, o partido era o condutor de todo o inconformismo nacional. Quando surgiu o pluripartidarismo, o MDB foi perdendo sua grandeza. Hoje, o PMDB é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem um norte. É uma confederação de líderes regionais, cada um com seu interesse, sendo que mais de 90% deles praticam o clientelismo, de olho principalmente nos cargos.

Para que o PMDB quer cargos?

Para fazer negócios, ganhar comissões. Alguns ainda buscam o prestígio político. Mas a maioria dos peemedebistas se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral. A corrupção está impregnada em todos os partidos. Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção.

Quando o partido se transformou nessa máquina clientelista?

De 1994 para cá, o partido resolveu adotar a estratégia pragmática de usufruir dos governos sem vencer eleição. Daqui a dois anos o PMDB será ocupante do Palácio do Planalto, com José Serra ou com Dilma Rousseff. Não terá aquele gabinete presidencial pomposo no 3º andar, mas terá vários gabinetes ao lado.

Por que o senhor continua no PMDB?

Se eu sair daqui irei para onde? É melhor ficar como dissidente, lutando por uma reforma política para fazer um partido novo, ao lado das poucas pessoas sérias que ainda existem hoje na política.
Lula ajudou a fortalecer o PMDB. É de esperar uma retribuição do partido, apoiando a candidatura de Dilma? Não há condições para isso. O PMDB vai se dividir. A parte majoritária ficará com o governo, já que está mamando e não é possível agora uma traição total. E uma parte minoritária, mas significativa, irá para a candidatura de Serra. O partido se tornará livre para ser governo ao lado do candidato vencedor.

O senhor sempre foi elogiado por Lula. Foi o primeiro político a visitá-lo quando deixou a prisão, chegou a ser cotado para vice em sua chapa. O que o levou a se tornar um dos maiores opositores a seu governo no Congresso?

Quando Lula foi eleito em 2002, eu vim a Brasília para defender que o PMDB apoiasse o governo, mas sem cargos nem benesses. Era essencial o apoio a Lula, pois ele havia se comprometido com a sociedade a promover reformas e governar com ética. Com o desenrolar do primeiro mandato, diante dos sucessivos escândalos, percebi que Lula não tinha nenhum compromisso com reformas ou com ética. Também não fez reforma tributária, não completou a reforma da Previdência nem a reforma trabalhista. Então eu acho que já foram seis anos perdidos. O mundo passou por uma fase áurea, de bonança, de desenvolvimento, e Lula não conseguiu tirar proveito disso.
A favor do governo Lula há o fato de o país ter voltado a crescer e os indicadores sociais terem melhorado. O grande mérito de Lula foi não ter mexido na economia. Mas foi só. O país não tem infraestrutura, as estradas são ruins, os aeroportos acanhados, os portos estão estrangulados, o setor elétrico vem se arrastando. A política externa do governo é outra piada de mau gosto. Um governo que deixou a ética de lado, que não fez as reformas nem fez nada pela infraestrutura agora tem como bandeira o PAC, que é um amontoado de projetos velhos reunidos em um pacote eleitoreiro. É um governo medíocre. E o mais grave é que essa mediocridade contamina vários setores do país. Não é à toa que o Senado e a Câmara estão piores. Lula não é o único responsável, mas é óbvio que a mediocridade do governo dele leva a isso.

Mas esse presidente que o senhor aponta como medíocre é recordista de popularidade. Em seu estado, Pernambuco, o presidente beira os 100% de aprovação.

O marketing e o assistencialismo de Lula conseguem mexer com o país inteiro. Imagine isso no Nordeste, que é a região mais pobre. Imagine em Pernambuco, que é a terra dele. Ele fez essa opção clara pelo assistencialismo para milhões de famílias, o que é uma chave para a popularidade em um país pobre. O Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo.

O senhor não acha que o Bolsa Família tem virtudes?

Há um benefício imediato e uma consequência futura nefasta, pois o programa não tem compromisso com a educação, com a qualificação, com a formação de quadros para o trabalho. Em algumas regiões de Pernambuco, como a Zona da Mata e o agreste, já há uma grande carência de mão-de-obra. Famílias com dois ou três beneficiados pelo programa deixam o trabalho de lado, preferem viver de assistencialismo. Há um restaurante que eu frequento há mais de trinta anos no bairro de Brasília Teimosa, no Recife. Na semana passada cheguei lá e não encontrei o garçom que sempre me atendeu. Perguntei ao gerente e descobri que ele conseguiu uma bolsa para ele e outra para o filho e desistiu de trabalhar. Esse é um retrato do Bolsa Família. A situação imediata do nordestino melhorou, mas a miséria social permanece.

A oposição está acuada pela popularidade de Lula?

Eu fui oposição ao governo militar como deputado e me lembro de que o general Médici também era endeusado no Nordeste. Se Lula criou o Bolsa Família, naquela época havia o Funrural, que tinha o mesmo efeito. Mas ninguém desistiu de combater a ditadura por isso. A popularidade de Lula não deveria ser motivo para a extinção da oposição. Temos aqui trinta senadores contrários ao governo. Sempre defendi que cada um de nós fiscalizasse um setor importante do governo. Olhasse com lupa o Banco do Brasil, o PAC, a Petrobras, as licitações, o Bolsa Família, as pajelanças e bondades do governo. Mas ninguém faz nada. Na única vez em que nos organizamos, derrotamos a CPMF. Não é uma batalha perdida, mas a oposição precisa ser mais efetiva. Há um diagnóstico claro de que o governo é medíocre e está comprometendo nosso futuro. A oposição tem de mostrar isso à população.

Para o senhor, o governo é medíocre e a oposição é medíocre. Então há uma mediocrização geral de toda a classe política?

Isso mesmo. A classe política hoje é totalmente medíocre. E não é só em Brasília. Prefeitos, vereadores, deputados estaduais também fazem o mais fácil, apelam para o clientelismo. Na política brasileira de hoje, em vez de se construir uma estrada, apela-se para o atalho. É mais fácil.

Por que há essa banalização dos escândalos?

O escândalo chocava até cinco ou seis anos atrás. A corrupção sempre existiu, ninguém pode dizer que foi inventada por Lula ou pelo PT. Mas é fato que o comportamento do governo Lula contribui para essa banalização. Ele só afasta as pessoas depois de condenadas, todo mundo é inocente até prova em contrário. Está aí o Obama dando o exemplo do que deve ser feito. Aqui, esperava-se que um operário ajudasse a mudar a política, com seu partido que era o guardião da ética. O PT denunciava todos os desvios, prometia ser diferente ao chegar ao poder. Quando deixou cair a máscara, abriu a porta para a corrupção. O pensamento típico do servidor desonesto é: "Se o PT, que é o PT, mete a mão, por que eu não vou roubar?". Sofri isso na pele quando governava Pernambuco.

É possível mudar essa situação?

É possível, mas será um processo longo, não é para esta geração. Não é só mudar nomes, é mudar práticas. A corrupção é um câncer que se impregnou no corpo da política e precisa ser extirpado. Não dá para extirpar tudo de uma vez, mas é preciso começar a encarar o problema.

Como o senhor avalia a candidatura da ministra Dilma Rousseff?

A eleição municipal mostrou que a transferência de votos não é automática. Mesmo assim, é um erro a oposição subestimar a força de Lula e a capacidade de Dilma como candidata. Ela é prepotente e autoritária, mas está se moldando. Eu não subestimo o poder de um marqueteiro, da máquina do governo, da política assistencialista, da linguagem de palanque. Tudo isso estará a favor de Dilma.

O senhor parece estar completamente desiludido com a política.

Não tenho mais nenhuma vontade de disputar cargos. Acredito muito em Serra e me empenharei em sua candidatura à Presidência. Se ele ganhar, vou me dedicar a reformas essenciais, principalmente a política, que é a mãe de todas as reformas. Mas não tenho mais projeto político pessoal. Já fui prefeito duas vezes, já fui governador duas vezes, não quero mais. Sei que vou ser muito pressionado a disputar o governo em 2010, mas não vou ceder. Seria uma incoerência voltar ao governo e me submeter a tudo isso que critico.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Acesso a Fortaleza Santa Cruz


Ação integrada para melhorar o acesso a Fortaleza de Santa Cruz

Representantes de diversos órgãos da Prefeitura de Niterói (Turismo, Trânsito, Posturas e Urbanismo) e da Fortaleza de Santa Cruz resolveram verificar, na prática, os problemas que afetam o acesso ao complexo militar e turístico, a Fortaleza de Santa Cruz, no bairro de Jurujuba, às 10h, deste sábado, dia 14 de fevereiro, para em seguida formalizarem um planejamento em conjunto.

Esta decisão foi tomada, no dia 11/02, pela manhã, durante encontro entre o Comandante da Fortaleza de Santa Cruz, o General João Camilo Campos, o presidente da Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur), José Haddad, o presidente da Nit Trans, Sergio Marcolini e o subsecretário de Transportes, Ademar Reis.

De acordo com Comandante da Fortaleza, "nos dias ensolarados, principalmente nos finais de semana, carros estacionam irregularmente, fazem bandalhas e não respeitam a sinalização e a avenida que dá acesso ao complexo militar fica impraticável".

O general também lembrou que faltam banheiros nos pontos finais dos ônibus, que circulam por Jurujuba, obrigando os motoristas e passageiros a fazerem a via pública de banheiro. A Fortaleza de Santa Cruz, com toda esta dificuldade de acesso, é o segundo ponto turístico mais visitado da cidade - ficando apenas atrás do MAC - e recebe em média 5 mil visitantes por mês. Esta demanda, acrescentou o comandante, vem crescendo a cada mês.

O presidente da Neltur, José Haddad, lembrou que nenhuma política de turismo dá certo sem que haja infra-estrutura, que atenda primeiro os moradores da cidade. Haddad destacou que o prefeito Jorge Roberto Silveira está há pouco mais de um mês no Governo e que sua primeira preocupação foi com o ordenamento urbano na cidade, que já apresenta resultados bastantes significativos.

Em relação ao acesso ao bairro de Jurujuba e a Fortaleza de Santa Cruz, Haddad destacou a necessidade de investimentos em infra-estrutura receptiva, pois o que é um grande ponto turístico da cidade, pode se tornar um anti-produto para o turismo local, caso os problemas continuem, ponderou. "O Governo Municipal e no caso, a Neltur, só trabalha com esta perspectiva de órgãos integrados, pois o Turismo e a própria cidade exigem esta ação harmônica", ressaltou o presidente da Neltur.

Haddad falou também sobre o projeto para a construção de um teleférico entre a Fortaleza de Santa Cruz e o Forte do Pico, além da instalação de um Centro de Informações e uma sala audiovisual, para contar a história dos fortes da cidade, dentro do complexo. Mas lembrou que é fundamental resolver a questão da acessibilidade.

O presidente da Nit Trans, Sergio Marcolini, reconheceu a falta de agentes de trânsito em Jurujuba e prometeu destacar profissionais motorizados para o bairro, já a partir deste sábado. Marcolini, disse ainda, que há um projeto para a construção de um pequeno terminal rodoviário em Charitas, evitando que os ônibus façam ponto final em Jurujuba. "O transporte coletivo em Jurujuba deveria ser feito através de microônibus", completou.

Também participaram da reunião: a diretora de Turismo da Neltur, Cristina Bravo, o diretor de Eventos do órgão, Luiz Fernando Abelha, o gerente do restaurante Zéfiro, Julio Martinez, o engenheiro de trânsito da Prefeitura de Niterói, Sérgio Bello e o representante da Fiscalização de Posturas, Jair Amaral.
Na foto (acima): O presidente da Neltur, José Haddad e o general João Camilo Campos

domingo, 8 de fevereiro de 2009

JÁ É CARNAVAL...


Fotos de: Ronaldo Brandão

Na foto acima, a rainha Nívia Ramos e o rei Momo, Jair Ribeiro. Na segunda foto, o presidente da Neltur, José Haddad, a 1ª princesa, Camila de Macedo, o Rei Momo, Jair Ribeiro, a rainha Nívia Ramos e a 2ª princesa Natália Savi.



Rainha e Rei Momo são eleitos em Niterói

A Rainha e o Rei Momo do Carnaval 2009 de Niterói foram eleitos, em festa embalada pelo samba da banda Rio Folia Show e promovida pela Prefeitura de Niterói, através da Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur), no último dia 06 de fevereiro, no Clube Canto do Rio.

A faixa e a coroa de rainha foram para Nívia Maria Ramos. O posto de 1ª Princesa ficou, pela segunda vez consecutiva, com Camila de Macedo e o de 2ª Princesa com Natália Savi. Já o militar do Corpo de Bombeiros, Jair Ribeiro, mais uma vez deu um show de simpatia e samba no pé e foi reeleito Rei Momo da cidade.

"Niterói mostra a cada ano que passa, que é uma cidade que adora carnaval. O concurso foi um sucesso, com muito brilho e alegria, refletindo o espírito folião do niteroiense", ressaltou o presidente da Neltur, José Mauro Haddad.

Além de brindes, houve também uma premiação em dinheiro, com R$ 1.300,00 para o Rei Momo e para a Rainha, e com R$ 400,00 para as consagradas princesas do carnaval 2009.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O MARKETING DO BEM


O PATROCÍNIO DOS ATLETAS

É um olhar míope criticar o patrocínio da Prefeitura de Niterói para as atletas da ginástica, que foram abandonados pelo Flamengo. Os oposicionistas e os do contra sempre propagam que o prefeito quis apenas fazer marketing pessoal, com repercussão nacional e até internacional. É verdade que a notícia correu o País e parte do mundo, afinal os atletas são reconhecidos mundialmente e já fizeram bonito em várias partes do globo.

Mas convenhamos, não há nenhuma eleição próxima e o prefeito recebeu o comando da cidade com pagamentos dos funcionários atrasados, caos em todos os setores, obras inacabadas, limpeza deficiente, bueiros entupidos, etc, enfim, uma cidade arrasada.

Qual o interesse do prefeito em aumentar este caos? Qual o interesse do prefeito em aumentar esta crise daqui e do mundo inteiro?

Nós sabemos e o prefeito também sabe que o projeto Nomes (que reúne atletas de peso da cidade) e outros segmentos do esporte estão com dificuldades.

Esta é a chave da questão. No momento de crise, um gestor público ou da área privada tem que ter a sensibilidade e a criatividade para superar as dificuldades e criar melhores perspectivas. Foi o que fez o prefeito.

O MAC há 20 anos, quando foi idealizado, recebeu as maiores críticas de vários segmentos políticos e sociais da cidade. Era quase uma unanimidade da crítica e da negação entre os pares da Câmara e entidades de classe no município. As críticas iam desde: "há outras prioridades" a "é uma obra muita cara".

Pois é, o MAC foi erguido e, em menos de 5 anos de funcionamento, recebeu mais de um milhão de visitantes, passando a ser uma referência de Niterói para o mundo. A cidade passou a receber turistas de todo o País e de várias partes do planeta por conta do MAC. Com isso, a economia da cidade ganhou com o "Turismo Cultural". O comércio vendeu mais, os shoppings tiveram mais frequência, os restaurantes aumentaram seus clientes, etc. Na verdade, todo o mercado ganhou. O valor gasto para a construção do MAC, há muito, já foi recuperado e multiplicado pelo município em benefício da própria população.

O MAC continua sendo o maior chamariz do turismo da cidade. E turismo traz divisas para o município, para o comércio, para as agências, para os restaurantes, para os shoppings, etc.

Se os atletas não têm a proporção de um MAC, no entanto, o investimento que está sendo feito poderá ser multiplicado com o interesse de empresas que queiram entrar como co-patrocinadoras, resultando em benefício do próprio Projeto Nomes e dos outros segmentos de esporte da cidade. Além disso, a cidade ganha visibilidade positiva, que poderá resultar em novos investimentos e benefícios para a população.

Mas como explicar que uma marca como o Flamengo, que atrai milhões de torcedores, não tenha dinheiro para patrocinar 4 atletas? Como explicar que um time como o do Flamengo, com sua marca viva, sempre está em crise?

Dinheiro, com toda crise, eles sempre conseguem. Já em relação a "eterna" crise é falta de administração ou simplesmente bagunça para levar proveito.

Voltando aos 4 atletas. É fácil explicar porque o Flamengo não quis investir. É raro um clube brasileiro ter esta preocupação. Suas administrações são confusas e vivem de interesses pessoais e de empresários voltados apenas para o Futebol. No futebol, as jogadas envolvem muitos milhares de dólares. Além disso, o esporte amador e outras atividades esportivas não têm a mística, o marketing, a mídia e o investimento que o futebol tem. Daí os salários milionários dos jogadores. Os clubes, mesmo alegando crise, sempre estão fazendo transações de alto custo para o setor.

Para os dirigentes de clubes como o do Flamengo, a marca do time é maior do que qualquer jogador e do que qualquer atleta. No caso dos atletas, estes na concepção deles, não dão retorno financeiro e nem mesmo de marketing, pois alguns alegam que nem mesmo a camisa do time os atletas usam em competições internacionais.

Por outro lado, como os clubes vivem de investimentos voltados ao lucro, não têm a preocupação com a inclusão social. O que não é o caso de uma administração pública, em que o maior lucro é o bem estar da população, de seus munícipes.

Este investimento que o prefeito Jorge Roberto Silveira fez tem um apelo do marketing para o bem, para revertê-lo em benefícios de crianças e jovens de comunidades, que muitas vezes sonham com uma atividade esportiva dessa natureza e não têm oportunidades.

O espírito maior do Projeto Nomes é interagir com essas crianças e jovens, ocupando-os com atividades sadias, abrindo possibilidades antes que sejam cooptadas pelo tráfico ou outras condutas perniciosas.

Em tese, são menos jovens e crianças abandonadas nas ruas... Ganham a cidade, as comunidades e o esporte.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

UMA NOVA POSTURA NA CULTURA


Artistas de teatro apresentam propostas ao secretário de Cultura

Um ciclo de leitura de peças teatrais será o primeiro evento a ser realizado na parceria formalizada entre a Secretaria Municipal de Cultura e o Fórum de Artes Cênicas de Niterói. A proposta foi fechada no encontro entre o novo secretário de Cultura, Cláudio Valério, acompanhado do superintendente da FAN, Francisco Aguiar e a Comissão do Fórum, representada por Elyzio Falcato, Mário Sousa, Antonio Carlos De Caz, Lúcia Serrone e Eduardo Hoesller, na sede da Secretaria.

No encontro, o secretário recebeu um documento com 21 propostas, que foram aprovadas nos vários encontros da classe teatral no Fórum de Artes Cênicas. Entre as propostas estão a criação de uma coordenação de Teatro, a criação de uma Comissão na estrutura da Secretaria e agenda no Teatro Municipal para as companhias da cidade. Propostas bem aceitas pelo secretário, que se comprometeu também em ampliar o Núcleo Niterói de Arte para a área teatral.

Os profissionais de teatro consideraram extremamente positiva a reunião e elogiaram a postura do novo secretário de Cultura, que reconhece a lacuna na estrutura da Secretaria de um setor voltado para o teatro. Os integrantes do Fórum ficaram surpresos e mais esperançosos ao saber que Cláudio Valério, além de ser um cientista na área da preservação e restauração e artista plástico, sempre foi um profissional de teatro, com vários prêmios de cenografia e que participou ativamente do movimento de Teatro Marginal nos anos 70 no Rio de Janeiro.

Cláudio Valério também foi responsável pela restauração do Solar do Jambeiro e do Teatro Municipal.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009


Fórum Social avança na democracia participativa

Belém, Brasil - A grande imprensa preferiu destacar os casos inusitados e folclóricos ocorridos no Fórum Social Mundial, em Belém do Pará, que ocorreu de 27 de janeiro a primeiro de fevereiro, que teve como tema "Um melhor mundo é possível". Participaram cerca de 150 mil pessoas de 142 países e 5.800 entidades, a maioria latinas.

Mesmo com destaques da grande imprensa aos rituais indígenas e aos militantes do sexo livre, o Fórum se focou em dois temas: a crise econômica e a preservação da Amazônia. Não houve a formulação de um documento único. Aquelas coisas formais de todo Fórum.


Cândido Grzybowiski, um dos fundadores do Fórum, lembrou que ali não se propunha nada homogeneamente, diante da multiplicidade de discussões. "Queremos uma nova cultura política, uma revolução de mentalidades", disse.

Oded Grajew, membro do Conselho Internacional do Fórum Social e um dos idealizadores do evento, destacou que a esperança a partir de agora é que existe perspectivas de uma grande mudança de valores. As pessoas já estão a falar na questão de modelo, em limites de consumo e meio ambiente."

De acordo com Grajew, O Fórum conseguiu, em parte, levantar a consciência sobre a questão ambiental. "A crise financeira é o prenúncio da crise ambiental, faz parte do mesmo processo, com uma competição sem limite, num modelo econômico que privilegia o lucro sem qualquer regulação, ou participação da sociedade", lembrou.

Oded Grajew afirmou que algumas falhas logísticas e de comunicação não comprometeram a avaliação final positiva."A ideia é que cada cidade promova o seu fórum, o seu encontro. As coisas acontecem quando a sociedade se junta, se articula, age e pressiona. O governo trabalha com pressão e isso é democracia participativa", ressaltou.